Senhores,

Fazei-vos instrumento de vossa saúde.

Onde houver toque, que lave com sabão;

Onde houver tosse, que não leve a mão;

Onde houver discórdia, que louve a informação;

Onde houver dúvida, que leve o gel;

.
Onde houver asma, que livre a aragem;

Onde houver diabetes, que louve a distância;

Onde houver espirros, que seja alergia;

Onde houver contágio, que leve ao SUS.

.
Ó Médicos,

Fazei com que se procure mais

Isolar, que ser infectado;

obedecer, que ser contaminado;

alarmar, que ser descuidado.

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Pois é pegando que se tem febre,

E propagando, não se é perdoado,

e só vencendo o Covid torna a vida terna.

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Rubem Penz, nascido em Porto Alegre, é escritor e músico. Cronista desde 2003. Entre suas publicações estão “O Y da questão” (Literalis), “Enquanto Tempo” (BesouroBox) e “Greve de Sexo” (Buqui). Sua oficina literária, a Santa Sede – crônicas de botequim, dez antologias, foi agraciada com o Prêmio Açorianos de Literatura 2016 na categoria Destaque Literário. Na RUBEM escreve quinzenalmente às sextas-feiras.