No caso dos poetas, a tristeza passa às vezes a impressão de ser só uma demonstração de habilidade profissional.
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Não me diga a verdade. Minta-me sempre. Se possível, poeticamente.
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A galinha ao pintinho: cresça e apareça.
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A casa ao botão: na próxima vez não te deixo entrar.
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São Paulo é a terra da garoa e do Corinthians.
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A ideia de morte pousa em mim toda tarde, como a borboleta na ameixeira.
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Todo provérbio tem o nariz empinado.
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A morte constitui uma oportunidade única: é pegar ou largar.
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Para todos os fins, especificamente os amorosos, declaro que sou ignorante e já nem um pouco disposto a aprender.
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Chamar os parentes de familiares não lhes melhora a reputação.
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Obscurantistas são os escritores que tapam o sol com peneira.
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Estou disponível para o amor sempre, dia sim dia sim.
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Que ninguém se aproxime de mim, a não ser com intenções estritamente amorosas.
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Poemas concretos não caem do céu. Felizmente.
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Estou velho demais para começar a aprender seja lá o que for. Preciso continuar fingindo que acredito em mim como poeta.
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A literatura é um sonho esdrúxulo que alguns adolescentes mantêm até o fim da vida.
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Se todos nós fôssemos mesmo poetas, o Brasil seria a maior poetaria do mundo.
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A primeira escolha dos poetas românticos não era viver por amor. Era morrer por ele.
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Mario Quintana tinha dois jeitos principais de ser: um simples, muito simples; o outro, mais simples ainda.
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Tenho sonhado que sou Borges e que estou indo para Estocolmo.
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Poesia não é beleza. É a esperança de encontrá-la.
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* Raul Drewnick é jornalista, trabalhou 32 anos no Estado de São Paulo e na antiga revista Visão. Escrevia crônicas para o Caderno2 e para o caderno Cidades do Estadão, além da Vejinha/São Paulo, Jornal da Tarde e o antigo Diário Popular. Escreveu os livros de crônicas “Antes de Madonna” (Editora Olho d’Água) e “Pais, filhos e outros bichos” (Lazuli/Companhia Editora Nacional), além de ter feito parte de coletâneas e antologias. Possui um livro de contos e duas dezenas de novelas juvenis. Na RUBEM, escreve quinzenalmente aos domingos.
“Chamar os parentes de familiares não lhes melhora a reputação.“ rsrsrs. Verdadeira pérola! Não a única. Obrigada Raul, provocou-me o riso que continuou com outras curtinhas e nada bobinhas, excelentes! Gosto do seu humor. Em matéria de humor sou chatinha e exigente, detesto comédias e chanchadas, prefiro o humor inglês, inteligente e fino, até snob , o seu, fino, inteligente, é até poético e algo filosófico com deliciosos enfoques e prismas como ângulos dê visão! Um excelente domingo com a certeza de dever cumprido, pois começou o dia alegrando aos leitores. Abraços poeta.
“Poesia não é beleza. É a esperança de encontrá-la.” Ah, para com isso, Raul. Deixa a gente dizer coisas bonitas também, não custa.