
A organização do Prêmio Portugal Telecom de Literatura divulgou os semifinalistas da sua edição 2014. Embora inicialmente estivesse previsto que os 20 primeiros de cada categoria passassem para esta fase, foram 22 os indicados na categoria Conto/Crônica, sendo 12 deles de crônicas.
Esses livros serão agora avaliados por um novo júri, que selecionará os quatro primeiros para a disputa final pelo prêmio desta edição. Esse júri será composto por José Castello, João Cézar de Castro Rocha, Leyla Perrone-Moisés, Luiz Costa Lima, Luiz Ruffato e Manuel da Costa Pinto.
Confira abaixo a lista dos concorrentes (em negrito, os livros de crônicas, alguns deles já resenhados pela RUBEM).
Asa de sereia – Luís Henrique Pellanda (Arquipélago Editorial)
Autópsia do bípede – Marco Polo Guimarães (Confraria do Vento)
Canções mexicanas – Gonçalo M. Tavares (Casa da Palavra)
Dicionário amoroso de Porto Alegre – Altair Martins (Casarão do Verbo)
Entre moscas – Everardo Norões (Confraria do Vento)
Espero alguém – Carpinejar (Bertrand Brasil)
Fingidores [comédia em nove cenas] – Rodrigo Rosp (Não Editora)
Garimpo – Beatriz Bracher (Editora 34)
Hora de alimentar serpentes – Marina Colasanti (Global)
Labirinto da palavra – Claudia Lage (Record)
Meus segredos com Capitu – Ana Elisa Ribeiro (Jovens escribas)
Morrer de prazer – Ruy Castro (Foz)
Novella – Sérgio Fanatini (Jovens escribas)
Nu, de botas – Antonio Prata (Companhia das Letras)
O Cristo empalado – Marcelo Mirisola (Oito e Meio)
O Deus dos insetos – Monique Revillion (Dublinense)
O mel de Ocara – Ignácio de Loyola Brandão (Global)
Sangue quente (contos com alguma raiva) – Cláudia Tajes (L&PM)
Um operário em férias – Cristóvão Tezza (Record)
Um solitário à espreita – Milton Hatoum (Companhia das Letras)
Viva Mexico – Alexandre Lucas Coelho (Tinta da China)
Você verá – Luiz Vilela (Record)
Teócrito Abritta
08/06/2014
Infelizmente regras do “Mercado” acabaram substituindo qualquer critica literária séria “contaminando” e acabando com qualquer princípio de seriedade intelectual.
Notem pelas palavras da curadora do Prêmio Portugal Telecom de Literatura, senhora Selma Caetano, que escritores, jornalistas e professores universitários não têm nenhum pejo em participar de bancas de concursos literários, onde as obras simplesmente não são lidas e analisadas:
“Caro sr. Teócrito,
segue a resposta à sua ponderação:
um júri de dezenas de membros pode ter lido todas (ou quase todas) as obras inscritas porque a curadoria convida para a função de jurado da 1ª etapa do prêmio apenas e somente profissionais que tenham como objeto de trabalho a literatura em língua portuguesa e que tenham acompanhado os lançamentos de 2013 de forma adequada para ser capaz de escolher com isenção, sem ter necessidade de receber os livros inscritos pois, como falei, seu material de trabalho diário são os livros.
Dito isso, repito que o material de divulgação paralelo recebido por alguns jurados não desempenhou papel sequer secundário na avaliação das obras, pois eles não estavam previstos neste processo.”( enviado por email, com cópias para os curadores de crônica/conto, poesia e romance, respectivamente, Cintia Moscovich, Sérgio Medeiros e Lourival Holanda.
Venho de tempos mais éticos, tendo participado, como professor do Instituto de Física da UFRJ, de dezenas de bancas de concursos públicos e defesas de tese. O critério de julgamento era unicamente o previsto nos editais, sendo considerada falta grave conversas paralelas entre candidatos e bancas.
Lembro que o Concurso de Literatura Portugal Telecom foi financiado com dinheiro público, através de renuncia fiscal, o que agrava mais o não cumprimento do previsto nos editais.